China em foco

O destaque da noite ficou por conta da divulgação dos fracos números de atividade econômica de março na China (mais detalhes abaixo). Em relação aos mercados, o destaque fica por conta de mais uma rodada de fortalecimento do USD que, neste momento, parece estar revertendo cerca de 2/3 do movimento de USD fraco verificado ontem. As bolsas globais operam em leve alta, com os juros nos países desenvolvidos apresentando pequeno fechamento de taxas. A despeito de mais uma alta no preço do Petróleo, as commodities metálicas operam com leve queda essa manhã.

A agenda do dia continua agitada neste quarta-feira, com destaque para o IBC-Br no Brasil, para a decisão do ECB na Europa e para o Empire Manufacturing, Industrial Production, NAHB Haousing Market Index e TIC Flow nos EUA, além de uma agenda de resultados corporativos relevantes.

China – A despeito do PIB do 1Q ter apresentando alta de 7% YoY, dentro das expectativas do mercado, os números de atividade econômica de março mostraram forte desaceleração, confirmando uma imensa fragilidade da economia, mesmo passado o efeito do Ano Novo Lunar dos indicadores. Diante deste quadro, não é surpreendente que o governo tenha adotado uma postura mais proativa e agressiva na condução de suas políticas monetária, fiscal e creditícia nos últimos meses. Novas medidas de suporte a economia do país devem ser anunciadas ao longo das próximas semanas. Contudo, ainda vejo a China como o principal risco para a economia global nos próximos meses. Acredito que o modelo de crescimento chinês esteja esgotado. Por mais que a economia ainda seja bastante planejada, e o governo detenha os instrumentos para conduzir esta desaceleração de maneira gradual e suave, o curto-prazo está provando que este processo nem sempre ocorre de maneira linear e nos moldes desejados pelos policy makers. Na minha visão, a economia chinesa já desacelerou mais do que o desejado. Agora, existe um enorme desafio para estabilizar o quadro econômico local. A produção industrial apresentou alta de apenas 5.6% YoY, as vendas no varejo alta de 10.2% YoY e o Fixed Asset Investment cresceu meros 13.5%. Todos esses níveis de crescimento são níveis historicamente baixos para o padrão de crescimento chinês.

Brasil – Os jornais de hoje trazem alguns ruídos ao cenário, mostrando que o caminho até o ajuste econômico do país será bastante tortuoso. Os ruídos parecem ser pontuais e de fácil negociação. Contudo, após a melhora recente dos ativos locais, não podemos descartar períodos de realização desta melhora, especialmente diante de um quadro ainda extremamente desafiador do ponto de vista econômico. De acordo com a Folha, O governo cedeu e tornou mais branda a medida provisória que restringe o pagamento de benefícios trabalhistas. O acordo foi formalizado nesta terça-feira (14) pelo relator da MP, senador Paulo Rocha (PT-PA), ao apresentar seu relatório sobre a medida que tornou mais rígidas as regras de acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial e ao seguro-defeso (veja as mudanças no quadro acima).Para compensar a concessão, acertou com a base aliada que irá aumentar impostos e/ou cortar gastos do Orçamento da União para garantir o cumprimento da meta de superavit primário de 1,2% do PIB em 2015. Sobre o mesmo tema, jornal O Globo declara, O governo terá hoje seu primeiro grande teste na tentativa de aprovar mudanças nas regras de concessão de benefícios trabalhistas, previstas na medida provisória (MP) 665, uma das principais medidas do ajuste fiscal que tramita no Congresso. Ontem, em reunião na comissão mista encarregada de discutir e apreciar a matéria, o relator da MP, senador Paulo Rocha (PT-PA), propôs ajustes para facilitar a votação. Ele defendeu que o primeiro acesso ao segurodesemprego ocorra a partir de 12 meses ininterruptos de emprego. E sugeriu o mesmo prazo para o pagamento do abono salarial.Segundo a Folha, mas sobre o tema da “Terceirização”Diante do risco de derrota do projeto que amplia a terceirização de trabalhadores, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspendeu nesta terça (14) a votação da proposta. O objetivo é ganhar tempo para negociações. Segundo a Folha apurou, a repercussão negativa nas redes sociais fez o PSDB mudar sua posição favorável ao projeto, que já é combatido pelo PT e pela CUT. Para os opositores, o projeto vai precarizar o emprego e retirar direitos dos trabalhadores. Somado a isso, o pSDB parece estar crescendo o coro do impeachment, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que haverá motivo "extremamente forte" para um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff se ficar comprovado que o governo esperou o fim da eleição para processar uma empresa holandesa suspeita de pagar propina para fazer negócios com a Petrobras. Como a Folha revelou ontem, a CGU (Controladoria-Geral da União) recebeu informações detalhadas sobre o assunto do ex-diretor da SBM Offshore Jonathan Taylor em agosto, durante a campanha eleitoral, mas só anunciou a abertura de processo contra a SBM em novembro, após a reeleição de Dilma. De acordo com o Valor, a Petrobras irá colocar a venda parte dos blocos do présal, que poderia compor grande parte do plano de desinvestimento da companhia.

Grécia – O país segue no meio de um importante processo de negociações. Na margem , as sinalizações são mais negativas, na ausência de qualquer tipo de acordo ou avanços concretos. Ekathimerini reported that IMF chief economist Olivier Blanchard expressed hope for an agreement with Greece, stressing that a Greek exit from the euro-zone would be particularly painful for the country. In a statement showing that the IMF is preparing for all possible scenarios, Blanchard said a Greek exit would be no walk in the park for the euro-zone, but added it would also constitute an opportunity for the bloc to proceed to a fiscal union.“We clearly are in the middle of negotiations with the Greeks, and we very much want to come to an agreement and we hope we will. Now, what happens if no agreement were reached? A number of things are fairly clear. The first one is that an exit from the euro would be extremely costly for Greece, would be extremely painful; second, the rest of the euro-zone is better placed to handle a Greek exit, as the protection walls that did not exist have now been put in place; and third, if the Greek exit does happen I think it is a way [for the Europeans] to appease the markets by proceeding further with the fiscal union; that would certainly be the right move,” Blanchard stated.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Juros Brasil

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante – Parte II

Daily News – Um Risco de Cauda Positivo?