Risk-Off.

Os ativos de risco estão abrindo a semana com viés mais negativo, puxados por uma queda nas bolsas e um fechamento de taxas de juros nos países desenvolvidos. Três eventos ajudam a explicar este movimento:

(1)   A Coréia do Norte voltou a promover testes balísticos, deste vez atingindo uma área já dentro do Japão;
(2)   O DB anunciou um aumento de capital bastante relevante, o que está promovendo uma queda ao redor de 6% nas ações do banco;
(3)   Na França, Fillon manteve sua candidatura, após uma grande manifestação a seu favor durante o final de semana;

O primeiro tópico é, sem dúvida, um possível “Black Swan” de difícil mensuração. O segundo item me parece apenas uma questão pontual. Finalmente, o último evento descrito acima será uma incerteza que teremos que conviver até que as eleições na França sejam concluídas. O cenário base ainda não vislumbra a vitória de Le Pen, mas é um risco de cauda temido pelo mercado.

No Brasil, os jornais de hoje estão dando ampla cobertura a ofensiva que o governo está promovendo para aprovar a Reforma da Previdência sem alterações relevantes. Acredito que a Reforma deverá ser aprovada, com mudanças marginais, mas não em sua essência. O quadro político aparentemente instável devido as delações premiada deve ser visto, por ora, como ruído pontual.
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Os jornais de domingo derão ampla cobertura, é grande destaque, as investigações que, em breve, serão pedidas por Rodrigo Janot, ao STF, em torno de políticos com foro privilegiado.

A mídia continua alardeando que as investigações podem causar um grande estrago no quadro político, inviabilizando as reformas econômicas. Por outro lado, o Governo reage da maneira correta, buscando focar nas reformas, acelerando o processo de aprovação e tentando blindar Michel Temer. Por ora, ainda não há sinais de instabilidade no governo e nem aas reformas parecem em risco. De qualquer maneira, precisamos acompanhar a situação no detalhe.

Segundo a Folha de São Paulo:

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá nos próximos dias ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito para investigar pelo menos dois ministros do governo de Michel Temer, além de senadores do PMDB e do PSDB, todos citados nas delações premiadas da Odebrecht.

De acordo com quem tem acesso às delações, Janot e sua equipe estudam, ainda, a viabilidade jurídica de incluir ou não o nome do presidente Michel Temer como alvo de inquérito.

Pela Constituição, o presidente da República não pode ser investigado por atos cometidos fora do período do mandato. Temer assumiu a presidência no ano passado, com o impeachment de Dilma Rousseff.

Para O Globo:

A expectativa por uma nova lista com dezenas de investigados de diversos partidos, desta vez com base nas delações da Odebrecht, faz parlamentares preverem um “cataclismo” no cenário político para os próximos meses. Aliados do governo Michel Temer trabalham, agora, para tentar salvar as reformas previdenciária e trabalhista do turbilhão de acusações. A Procuradoria-Geral da República deve encaminhar ao Supremo Tribunal Federal, nesta semana, uma lista com mais de 30 pedidos de abertura de inquérito contra deputados, senadores e ministros suspeitos de receberem propina da Odebrecht. Na segunda lista de Janot estão ainda governadores e pelo menos um ministro do Tribunal de Contas da União.

Na China, a Bloomberg divulgou um artigo em que afirma que o NPC colocou como meta de PIB para este ano 6,5%, ou mais, se possível. A meta ficou em linha com o esperado, porém existia um risco da meta ficar em uma banda um pouco abaixo, em torno de 6,0%-6,5%, com maior foco nas reformas e na administração de problemas em mercados específicos. Assim, a notícia deve ser vista como positiva pelo mercado, mostrando ainda disposição do governo em manter um crescimento saudável e estável, mesmo diante dos desafios impostos por uma economia mais madura, e com uma dívida/PIB em níveis alarmantes.
De acordo com a Bloomberg:

China set a 2017 growth target of about 6.5 percent or higher if possible as focus shifts to easing risk and ensuring stability before a twice-a-decade leadership transition this year.

The objective outlined Sunday in the government work report by Premier Li Keqiang to the National People’s Congress gathering in Beijing compares with last year’s goal of expansion in a range of 6.5 percent to 7 percent. The M2money supply growth target was lowered to about 12 percent from 13 percent last year, while the fiscal budget deficit ratio goal will be 3 percent of gross domestic product, unchanged from 2016.

Top leaders working to underpin an economic expansion that proved resilient last year also are shifting to a more neutral policy to reduce financial risks from excessive borrowing. Economic and social stability are key priorities before President Xi Jinping and his cadres gather later this year for the reshuffle of top officials.

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